quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Cartografia Sobre Assexualidade

A cartografia é uma forma de representar processos, dados, informações, ideias. Esse trabalho de conclusão de curso feito pela Jeanine Adler, mapeia os conceitos da assexualidade, com algumas das dúvidas mais frequentes encontradas na comunidade. (clique na imagem para ampliar)
Link para download da imagem: https://goo.gl/Nk4CMo


domingo, 4 de fevereiro de 2018

Relacionamentos Assexuais




    Há quem diga que assexuais não namoram, que não tem nenhum tipo de relacionamento, e se quiserem namorar: "ah, então não são assexuais".
    As pessoas em nossas sociedades são doutrinadas a acreditar que o relacionamento amoroso só existe se nele existir o sexo. Amor = Sexo, Sexo = Amor... espera! tem algo errado nisso aí! Quem foi que disse que amor e sexo é a mesma coisa? "Dar sexo" não é dar amor, podemos dar e receber os dois, ou apenas um deles. Mas afinal, não é o que já acontece na vida/rotina dos jovens e adultos? Sim, estou falando de sexo sem amor, sem afeto, sem romance. Sexo por sexo, por prazer. Mas não existe nenhum crítica por trás dessa observação, se as pessoas estão felizes no que fazem e há consentimento entre os envolvidos, não cabe nenhum tipo de julgamento de ninguém. Foi levantado esse fato existente no cotidiano da nossa sociedade porque existe um espanto quando pessoas da comunidade assexual faz o seguinte questionamento: "Se existe sexo sem amor, porquê não pode existir amor sem sexo?".
Sim, sociedade!! Existe amor/afeto/relacionamentos sem sexo. Precisamos desconstruir essa ideia de que namoro sem sexo é amizade. As pessoas acreditam nessa ideia porquê não conhece a comunidade assexual e seus indivíduos (é o que me parece!). Então, se você não consegue estar em um relacionamento sem sexo, tudo bem, dá pra entender, mas é preciso que haja compreensão e respeito quando pessoas assexuais dizem que querem viver um relacionamento sem sexo, sem que elas sejam chamadas de doentes, frescas, frigidas e etc.
    A maioria das pessoas estão acostumadas a somente ouvir falar de atração sexual, e não imaginam que existem vários outros tipos de atrações que podem ligar/conectar as pessoas de alguma forma. Atração romântica (afetiva), atração sensual (sensorial), atração estética, atração intelectual, atração platônica, etc. Por isso, quando uma pessoa diz não sentir atração sexual, não significa que automaticamente ela também não sinta nenhuma das demais atrações. Assexuais podem sentir atração romântica, estética, sensual, intelectual, e a pessoa não se torna menos assexual por isso.
    Um relacionamento ele não se resume a sexo, ele é composto por afeto, atenção, carinho, dedicação, cumplicidade, cuidado, etc. Então, tem assexuais que querem manter um relacionamento amoroso com outra pessoa, sente atração afetiva como qualquer outra pessoa, o que elas não irão desejar é ter relações sexuais, apenas, tão somente. Dormir abraçados, beijos, abraços, carinhos, cineminha, restaurante, é exatamente tudo igual a qualquer outro casal.
    Vale lembrar que nem todos os assexuais são estritos, ou seja, não sentem atração em nenhum momento ou circunstância. Uma parcela dos assexuais conseguem sentir atração sexual se/após desenvolver um vinculo afetivo/emocional com a outra pessoa (são chamados de demissexuais), outros assexuais sente atração sexual raramente e independente de vinculo afetivo (são os grayssexuais/gray-a).
Então, não limite essa forma tão linda de vivenciar o amor, a paixão, o carinho e o afeto.

Por Ariel Franz.

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segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Conheça as Orientações Assensoriais/Assensuais


      A atração sensorial é a vontade de se envolver em atos sensuais/sensoriais com alguém (beijando, abraçando, fazendo carinho/cafuné, segurando mão, etc.).
Em inglês usam o sufixo -sensual, tendo a ver com a sensualidade tátil / sensitividade palpável, mas podemos expressa-la melhor como -sensorial em português.
Aqui nós vamos mencionar algumas orientações assensoriais. Mas o que é ou quem é assensorial (ou assensual)? São pessoas que não sentem atração sensorial, seja de forma parcial, condicional ou total.
Na bandeira, as orientações assensoriais são representadas pela cor laranja. Existem áreas cinzas e pretas na assensorialidade. A cor branca representando a Alossensorialidade.

Conheça abaixo algumas dessas orientações: 

Assensorial estrite(a/o): pessoa que não sente atração sensual, em nenhum momento/circunstância, por nenhum gênero.

Cupiossensual: pessoa que não sente atração sensual por nenhuma pessoa, mas deseja/gosta da idéia de ter um certo tipo de contato/relação sensual (com desejo, sem atração).
Termo em inglês: Cupiosensual

Apotissensorial: pessoa que não sente nenhuma atração sensual e é repulsive(a/o) ao toque (touch-repulsive).
Termo em inglês: Apothisensual

Grayssensorial: pessoa que raramente sente atração sensorial.
Termo em inglês: Gray Asensual

Asensualflux (fluídez/fluxo assensorial): pessoa que sente sua posição sobre as alterações do espectro assensorial fluir, pois as atrações e desejos podem flutuar sobre outros espectros, como de demi a gray.
Termo em inglês: Asensualflux

Semissensorial: pessoa  que sente atração sensorial de formas diferentes, não de forma completa/total.
[Detalhe: por este tipo de atração envolver várias atividades diferentes relacionadas, como beijo e mãos dadas, muitos não conseguem expressar através dela que não gostam de um mas de outro sim, mas assim como no sexo, que envolve vários tipos, como oral, penetrativo, etc. não deixa de ser sexo. Mas para todos os casos, você pode tentar usar eroticidade ou até mesmo tentar separar se intitulando semissensorial.]

Demissensorial: pessoa que não sente a atração sensorial, mas após desenvolver um vínculo afetivo/emocional, a atração pode surgir (o nível de afetividade varia de cada um).
Termo em inglês: Demisensual

Frayssensorial: pessoa que sente atração sexual tão somente quando não há nenhum vínculo afetivo, quando formado, a atração pode desaparecer.
Termo em inglês: Fraysensual

Reciprossensorial: pessoa que não sente atração sensual antes que haja reciprocidade, para isso alguém tem que demonstrar ou dar a entender que sente a atração primeire(a/o).
Termo em inglês: Reciprosensual

Akoi/litossensorial: pessoa que sente atração sensual porém, não deseja que ela seja recíproca, caso aconteça, a atração sensual desaparece.
Termo em inglês: Akoisensual/Lithsensual

Xunsensorial: não sabe se está no espectro assensorial ou alossensorial.
Termo em inglês: Xumsensual

Caedossensorial: já experimentou a atração sensual, porém devido a trauma(s) passado(s), não experiencia mais essa atração.
Termo em inglês: Caedosensual

Unissensorial: atração individual somente por uma pessoa por um longo período de tempo ou por toda a vida.
Termo em inglês: Unisensual



Por Bonetti Silva.


quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Os Símbolos da Comunidade Assexual


Conheçam os símbolos da comunidade assexual
Clique sobre a imagem correspondente para ler sobre cada um deles. 

A Bandeira

O Bolo

O Anel Preto

Os Naipes de Ás

O Triângulo da AVEN

A Equação 53x + m³ = Ø



quinta-feira, 19 de outubro de 2017

A Assexualidade e a Comunidade LGBT+




Muito se fala na comunidade ace sobre nós assexuais pertencermos ou não a comunidade LGBT+. Uns dizem que sim, outros dizem que não. Mas o fato é: nós assexuais, fazemos sim parte dessa comunidade.

"Assexualidade faz parte da comunidade LGBT?"
   - Faz! Atualmente se usa mais a sigla LGBT+ ou LGBTQIAP+ (lésbicas, gays, bis, trans, travestis, queer, intersexo, assexuais, pans [...]). [3]
     Se a gente parar pra pensar, é uma comunidade que sempre está em transformação. Antigamente qualquer pessoa fora do padrão de gênero, sexo ou sexualidade (incluindo pessoas sem interesse em sexo, que podem ser consideradas aces), eram consideradas à margem da sociedade, só em meados da metade do século XX, que surgiu o movimento Queer[4], termo anglo-saxônico utilizado para representar todes que não se encaixam na norma cis-hétero-diádica[2]. Quem nasceu na década de 80 ou 90 sabe que a comunidade também já foi chamada de GLS, mas essa sigla era mais usada para fins comerciais que o real motivo da comunidade LGBT+, o que até já virou um termo ultrapassado. A comunidade LGBT+ é representada por todas aquelas pessoas que não se encaixam na cis-heteronormatividade.

"Ah, mas eu sou hétero, não tenho nada a ver com isso."
   - É hétero, mas não é (alo)sexual, o que já faz com que você NÃO se encaixe no que é tido como padrão cis-heteronormativo, logo, você se tornar parte de uma minoria, consequentemente, pertencendo a comunidade LGBT+. Não esqueça, mesmo você sendo heterorromântico, você acaba sofrendo ou sendo atingido de alguma forma pela sexo-normatividade que nossa sociedade prega.

"Olha, eu não quero fazer parte dessa comunidade."
   - A assexualidade faz parte da comunidade. Se você não se sente representado, é um direito totalmente particular seu.

"Afinal, o que essa comunidade é?"
   - A comunidade LGBT+, que é diferente do indivíduo que é LGBT+ (que muitas vezes, não representa a comunidade e as pessoas que estão dentro dela), é um movimento político social, que busca diversidade, visibilidade, orgulho e direitos civis, como a união e casamento igualitário, tratamento hormonal de pessoas trans, reconhecimento voluntário do gênero não-binário, entre outros. A adição da letra I no LGBTI+, por exemplo, faz com que políticos defensores dos direitos humanos, ao verem essa sigla, pensem em conscientizar a busca por mais estudos sobre o assunto, fazer com que pessoas nascidas intersexo façam acompanhamento genético, evitando a mutilação genital em bebês, seguindo recomendações da ONU, inclusive em alguns países, intersexuais têm opção de serem registrades de gênero neutro, para uma melhor transição.



Alguns pontos importantes:


1. Em grupos e comunidades internacionais costumam resumir a sigla LGBT+ a MOGAI (orientações marginalizadas, alinhamento de gêneros e Intersexuais). Outres chamam "Minorias sexuais", GSM/GSD (gêneros e sexualidades minoritárias/diversos). Porém muites se sentem desconfortáveis e acham problemático o uso dessas siglas;

2. Uma pessoa LGBT+, essencialmente, é uma pessoa fora do padrão cis-hétero-diádico.
Cis de cis-sexuais/cisgêneras: pessoas que se identificam unicamente com o mesmo gênero atribuído/assignado ao nascer, não-trans;
Hétero (héterossexual/heterorromântique): pessoas que são atraídas sexualmente e romanticamente por pessoas do gênero oposto.
Diádicas (ou perisex): pessoas não-intersexo, cujo sexo genético é XX com um útero, uma vulva, uma vagina [...] ou XY com testículos [...], intersexo fundamentalmente seria fora da binaridade biológica de sexo macho/fêmea, envolvendo a corporalidade, o fenótipo, etc.

3. Existem outras adições que muitos fazem na sigla LGBTQIAP+; a letra G, por exemplo, também representando genderqueer, além de gays, B de birromântiques e bigêneres, além de bissexuais, a letra T para Travestis, além de pessoas trans (transgêneras e transexuais), Q de questionando (indefinides), além de queers, a letra A de arromântiques, andrógines e agêneres, além de assexuais, P de polissexuais, além de pansexuais. Fazendo assim LGGBBBTTTQQIAAAAPP+.

4. Queer (“estranhe”, “anormal”, traduzido do inglês), palavra anglo-saxônica, era pra ser ofensiva, assim como viado, bixa e sapatão, porém muites encontraram empoderamento ao afirmarem realmente serem assim, pois constantemente eram vistas desta forma. Assim como a palavra GLS (gays, lésbicas e simpatizantes, gay-friendly em inglês) foi usada em países lusófonos (de língua portuguesa).
História: apenas no final da década de 80, acadêmicos e ativistas passaram a se reapropriar do termo para se organizar em comunidade e dar um novo significado além de gay/lésbica, no entanto, o termo não é universalmente aceito na comunidade LGBT, e ainda pode ser visto por alguns como degradante, que em alguns lugares podem censurar o uso da palavra. Queer também é um termo usado por ativistas e acadêmicos: políticas queer; estudioses da literatura queer. E a palavra vem ocorrendo mais recentemente para incluir qualquer pessoa cuja sexualidade ou identidade de gênero cai fora do mainstream heterossexual ou binário de gênero. Uma pessoa que se identifica como queer pode ser gay, lésbica, bissexual, transgênere, gênero-fluide, etc., mas o uso de queer evita qualquer rótulo específico.

5. A no LGBTA, em inglês, foi erroneamente colocado para allies (aliades em português), o que invisibilizou nossa existência por um bom tempo.

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Livraria Ace

Espeça dedicado para a divulgação de livros em que abordam a assexualidade. Clique sobre a imagem para adquirir o livro.







Ano: 2017

Sinopse:
O livro-reportagem A de Assexual: Entendendo a Assexualidade Humana foi escrito como um Trabalho de Conclusão de Curso de jornalismo. A proposta do livro é explicar, de forma simples, o que é a assexualidade, trazendo relatos e experiências de pessoas assexuais ao redor do mundo.








Ano: 2017

Sinopse:     
Pesquisa que investiga os processos de subjetivação e a emergência da assexualidade no contemporâneo, observando algumas singularidades dessa população. Descreve a assexualidade como possibilidade de orientação sexual, entendida como um não desejo sexual e como ato político. Aponta para a despatologização da assexualidade e a necessidade de dar visibilidade a ela, sustentando as relações de força presentes nessa orientação sexual.



Ano: 2017
Sinopse:
No livro é revelado a perspectiva assexual da autora e suas historias pessoais, bem como perspectiva de 46 assexuais ao redor do mundo. Dissipando mitos e rompendo esteriótipos. Pessoas compartilhando jornadas para ajudar outra pessoas em suas jornadas e com uma surpreendente mensagem de superação!


Ano: 2014
Sinopse: 
Em A Orientação Invisível, Julie Sondra Decker descreve o que é assexualidade, contesta os equívocos, fornece recursos e coloca as experiências das pessoas assexuais no contexto como eles se movem através de um mundo muito sexualizado. O livro inclui informações para ajudar pessoas assexuais a compreender a sua orientação e o que isso significa para os seus relacionamentos, bem como dicas e fatos para aqueles que querem entender os seus amigos e entes queridos assexuais. 


Ano: 2012

Sinopse:
Primeiro livro dedicado apenas a esse tema no mundo e o primeiro a analisar os aspectos históricos, biológicos e sociais da assexualidade. Bogaert introduziu com êxito a assexualidade como uma orientação sexual que exige mais pesquisa. Ele também demonstra a importância da assexualidade não só em seu próprio direito como um assunto pouco estudado, mas também na forma como ele contrasta com outras orientações sexuais.



segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Entenda Sobre Atração Sexual, Desejo Sexual e Libido



Exitem pessoas que não sabem a diferença entre atração sexual e desejo sexual. Na comunidade assexual é interessante que se saiba diferenciar isso, pois embora a grande maioria dos aces não sintam atração sexual, alguns sentem o desejo sexual, então, mesmo não sentindo atração, a atividade em si, pode lhes proporcionar prazer, esses são conhecidos como os assexuais sex-favorable(sexo-favorável) e não são menos assexuais do que os aces que não praticam relação sexual, pois a assexualidade se refere a atração sexual do individuo e não ao comportamento, claro que sua atração pode refletir em seu comportamento, mas isso não é regra pra definir quem é assexual ou não. Se assim fosse, deveríamos nós considerar todas as pessoas virgens(já que nunca praticaram sexo) assexuais? Não. 

Segue abaixo um dialogo que criei para que possa deixar mais claro a diferença entre atração sexual, desejo sexual e libido.

"Qual a diferença entre atração sexual e desejo sexual?"
- Explicando de uma maneira resumida:

  • Desejo sexual: é a vontade do sexo, do prazer sexual
  • Atração sexual: é quando esse desejo é voltado para outra pessoa, ou seja, quando há um objeto de atração. 
Tem assexuais que sentem desejo sexual, afinal não há nada de errado com os hormônios de um assexual e todos nós temos libido. Geralmente esse desejo é saciado através da masturbação (esse são os assexuais autossexuais) ou nem é saciado, quando esse desejo não é sentido de maneira intensa.

"Mas eu ja fiz sexo e realmente não gostei, nenhuma das vezes, nada relacionado a sexo me dar prazer, então quer dizer que eu não tenho libido?" .
- Não! Na comunidade ace, existem pessoas que se identificam como não-libidoistas, ou seja, não tem essa libido focada na área sexual.

"Então o que é essa libido?"
  • Libido: Alguns explicam a libido como sendo uma energia psíquica que todos nós temos. E nem sempre ela está voltada para a área sexual, a libido pode está voltada para as realizações de outras atividades que não sejam as sexuais. Outras pessoas, explicam a libido como sendo um processo químico dos nossos hormônios. A ocitocina é o hormônio do prazer e frequentemente está ligada ao sexo, mas correr e chocolate, por exemplo, também liberam ocitocina no nosso corpo. Então, por isso explica-se que a libido é um processo químico dos nossos hormônios. De qualquer forma, lembre-se: não sentir atração sexual não ter a ver com baixa libido, apenas pode ser que ela não esteja voltada para a área sexual.